terça-feira, 29 de junho de 2010

Os meus olhos estavam esbugalhados atentos a todas as paisagens que as curvas, as subidas e as descidas revelavam. Se fosse possível, eu ficaria horas sem piscar, só para não perder um minuto daquilo tudo. O cheiro do eucalipto, as cores das flores, tudo devidamente maravilhoso. Minha vontade mesmo era parar e descer ali, roçar a beirinha da saia na terra, escancarar os dedões dos pés no chão, rolar na grama. Sentir de perto só um pouquinho da liberdade material. Ah, quem dera! Eu pude sentir a paz que andava procurando há tempos quando passamos por dentro de um túnel de árvores de todos os tipos, altas, pequenas, claras, escuras, finas, grossas. Era um sonho. Os raios de sol que rasgavam e penetravam as folhas e iluminavam minha pele mais me aqueciam e arrepiavam ao mesmo tempo. Como alguém pode não acreditar em Deus? Nós éramos os intrusos. A natureza estava lá em sua perfeição. Não, não tem como! É perfeito demais para isso tudo nascer de uma explosão. O vento... Não precisei sequer vê-lo, joguei a mão para fora, fechei os olhos e o senti. Eu dormi por horas e percebi que era imensamente óbvio. Eu não preciso ver as coisas para acreditar nelas. Como tenho sorte.

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